BuscaPé, líder em comparação de preços na América Latina

domingo, 8 de junho de 2008

Idade Média

O próprio conceito de «Idade Média» é difícil de definir visto que compreende uma dezena de séculos que ninguém parece conseguir situar, dado que se encontra entre dois períodos bem definidos, a queda do Império Romano e o Renascimento.


O pensamento Grego que consistia no equilíbrio, na unidade entre o sujeito e o objecto, não só autorizava como solicitava uma estética, mas esta filosofia foi substituída pela ascensão do pensamento Cristão. Segundo o ideal Cristão era preciso «matar» tudo o que era sensível e sensual no Homem.


Os líderes religiosos manifestavam a sua indignação contra o uso de adornos ou maquilhagem, que era Peste Bubónicaencarada como uma força maléfica e sinal de impureza.


As mulheres foram completamente apagadas enquanto seres sensuais.


A higiene geral era praticamente nula nesta época, factor contributivo para o desenvolvimento das pestes (exemplo: Peste Bubónica).


Os primeiros cristãos iconoclastas não perduraram, e no século XIII houve um compromisso com o mundo, então as Damas insurgiram-se contra a Igreja e começaram a ter interesse pela sua imagem. Os enfeites começaram também a ter sucesso.


A Igreja acabou por perder a guerra contra a sua adversária «Cosmética».


Um dos actos mais básicos da nossa higiene é o banho diário, mas nem sempre foi assim...


Os banhos além de raros, eram por regra tomados com uma camisa geralmente branca e fina a cobrir o corpo. Estes na maior parte das vezes eram tomados nas estufas ou banhos públicos, locais que eram procurados para obtenção de prazer e libertinagem, e não por uma questão de higiene, dado que na altura acreditava-se que a água fragilizava a pele permitindo a entrada de pestilências, mas por outro lado já nessa altura existiam banhos terapêuticos, cujas virtudes eram detalhadas num letreiro colocado em cada banho; aí também afluíam doentes, deficientes e estropiados. Cada banho tinha uma fonte de água fervente e uma de água fria, e cada sala era fechada e isolada das restantes, em divisões anexas era permitido repousar após os tratamentos, e até fazer uma massagem. No final da idade Média, homens e mulheres lavam-se com mais frequência que os seus descendentes (Renascimento).


No século XIV dava-se grande ênfase à lavagem das mãos antes e depois das refeições, à lavagem diária da cara e boca. Os dinamarqueses, por exemplo eram criticados por tomarem banho todos os Sábados, mudarem de roupa com frequência e pentearem os cabelos todos os
Entrada para os banhosdias.


A lavagem da roupa era feita de tempos a tempos em barrela, eram perfumadas com uma grande quantidade de flores de violeta e humedecidas com água fresca na qual se tinha macerado raiz de íris finamente triturada.


Cuidados com o cabelo:


Utilização de pente e tesouras (estes também utilizados na barba)


Para devolver o loiro a cabelos embranquecidos, era necessário cobri-los durante uma noite com uma pasta feita com cinza de vara de vinha e de freixo maceradas e cozidas durante meio-dia em vinagre.


Para clarear as madeixas era feita a decocção de lagartos verdes num óleo de noz e enxofre.


Existia a moda de possuir uma testa alta, de modo que eram utilizados ingredientes como sulfureto de arsénio, cal viva, unguentos (medicamentos cuja base é gordura), feitos de cinza de ouriço, sangue de morcego, asas de abelha, mercúrio e baba de lesma para depilar, polir e branquear a testa.


Aromatização dos cabelos com almíscar, cravo-da-índia, noz-moscada e cardomia.


Cuidados com a boca:


Para manter um bom hálito era preciso ingerir ao pequeno-almoço anis, funcho, cominhos ou alcaçuz.


Para branquear os dentes era utilizada a sálvia.


Cuidados com as mãos:


Embelezamento de mãos e unhas, estas não deviam de ultrapassar a carne.


Depilatórios:


Os tratados de medicina da altura explicam que o pêlo é a condensação de vapores grosseiros e que o excesso da humidade feminina que não se escoa naturalmente transforma-se em musgo, que é preciso suprimir.


Assim a depilação era feita através de:


Extracção de pêlos com pinças


Extracção de pêlos com a ajuda dos dedos untados com pez


Extracção dos pêlos com agulhas em brasa introduzidas no folículo piloso


Destruição dos pêlos com cal viva


Extracção dos pêlos com bandas de tecido untadas com depilatórios diversos como por exemplo, resina.


Cuidados com o rosto:


Para aveludar a pele utilizavam clara de ovo e vinagre


Açafrão e carmim para colorir os lábios


Carmim para colorir as maçãs do rosto


O negro da fuligem para escurecer as pestanas


O khol para realçar os olhos; risco que é feito nas pálpebras junto às pestanas (costume introduzido pelos árabes)


O rosto era pintado de branco, alvaiade (misturas de giz)


Emplastros de vitelo cru molhado em leite eram colocados à noite, para minimizar os efeitos nocivos do alvaiade.


Eram ainda utilizados produtos como excrementos de pássaro, cobras trituradas, e sangue de animais para a realização de cosméticos. Sumo de uva concentrado; óleo de oliva, amêndoa e girassol; creme de amêndoa silvestre (bálsamo que irrita a pele).


«Uma Dama adquire uma má reputação se não se mantiver limpa – uma postura cuidada e agradável vale mais do que uma beleza negligenciada». Robert de Blois


É de notar que a presença dos Árabes impulsionou o mundo da cosmética, através das suas técnicas, matérias-primas, cultura e sabedoria.


Foram estes os pais da ciência conhecida como alquimia, os inventores do alambique, e devido à sua relação com a estética corporal, parte dos seus hábitos passaram a ser os dos Europeus.

Nenhum comentário: