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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Cont.Americano

América


No continente americano existiram 3 civilizações: os Maias, os Astecas e os Incas. E, como em qualquer outra parte do mundo, também estas civilizações tinham técnicas de embelezamento próprias.


Maias


Descobriu-se que os Maias faziam saunas, cuidavam das unhas e dos cabelos e utilizavam maquilhagem.


Os Maias também usavam plantas que actualmente possuem propriedades curativas até mesmo de alguns cancros bem como óleos ainda hoje utilizados pelas esteticistas em vários tratamentos.


ASTECAS


Tal como os Maias, os Astecas também tiravam partido das propriedades terapêuticas de algumas plantas. Eram apreciadores de perfumes e já efectuavam limpezas de corpo. Para se observarem utilizavam espelhos em ouro


INCAS


Os Incas utilizavam unguentos para protecção da pele contra o frio e contra o sol. Efectuavam massagens durante as quais mastigavam e fumigavam plantas estimulantes tais como a coca (Erytroxylon coca). Os índios também se depilavam com uma mistura de cinzas de conchas, gordura e água. Para lavar os dentes, curar doenças e manter o corpo perfumado recorriam a alguns tipos de plantas.


OUTRAS TRIBOS AMERICANAS


Máscara retrato de Haida


Na região costeira do Pacífico Norte os dançarinos usavam máscaras de madeira esculpida. Algumas destas máscaras, como este exemplo de Haida de meados do século XIX, assemelhavam-se a rostos humanos enquanto outros tinham a forma de criaturas sobrenaturais. Esta máscara é pintada com linhas de largura variada que enfatizam partes diferentes do rosto.


Máscara Iroquois


Esta máscara Iroquois, “falsa-cara”, é feita de madeira esculpida de uma árvore viva. Tais máscaras eram usadas por sócios da Sociedade Falsa Cara, uma sociedade curativa.


Ornamentos


Às vezes usavam pinturas para decoração do corpo ou adornavam as faces (ambos os sexos), com tatuagens embora esta prática não fosse muito usual nesta cultura do sudeste americano.


Tatuagens


A tatuagem era um método de decorar a pele inserindo substâncias coloridas por baixo da sua superfície. A pele era perfurada com um instrumento afiado. Actualmente a tatuagem ainda está muito vulgarizada mas o instrumento afiado foi substituído por uma agulha eléctrica.


Chefe Maori tatuado


As tatuagens eram usadas para indicar o grau hierárquico de quem as possuía e eram efectuadas esfregando tinta em incisões feitas na pele. A imagem mostra um chefe Maori, Te Ahol Te Rangi Wharepu, ricamente tatuado (1907).


Formato do crânio


Alguns povos da Costa Noroeste praticavam o achatamento da cabeça, considerando um sinal de beleza e status. As crianças deviam ter a cabeça comprimida contra uma tábua para produzir um forte declive conduzindo a um alto distintivo no topo do crânio. Alcançava-se esta forma aplainando a parte posterior do crânio ou a testa sobre as sobrancelhas.


Subártico


Nesta zona da América era comum os povos colorirem a cara com ocre vermelho com um bordo preto ou com tatuagens.


Corantes e frutos


Os corantes são a maior parte das vezes utilizados em solução aquosa, vindo em primeiro lugar o ocre vermelho, o carvão de madeira, as terras brancas, os sumos de frutas. Triturados numa pequena mó, diluídos em água ou óleo, os pós minerais e o carvão são apurados sobre o corpo para traçar desenhos quase sempre com um sentido religioso, para pintar as armas e os objectos de uso diário e para colorir o reboco das habitações.


Na América Central e Meridional, há paralelismo entre a gama das aplicações de olaria, as pinturas corporais e as substâncias tintoriais.


As grandes gamas de corantes minerais ou vegetais são americanas.


As características formais dos românticos deram ênfase à expressividade da luz, ao traço orgânico e às cores vibrantes que enalteciam o sentimento apaixonado de uma estética oposta à precisão e nitidez fria e exemplar do neoclassicismo. O paradigma da emoção sobre a razão valorizou ainda a beleza da mulher indigna, aspectos religiosos e morais, a bravura e a pureza da alma humana.


Na América Central e do Norte, durante algumas escavações, encontraram-se sementes de ervas medicinais e pedras para moer (a antiga ferramenta farmacológica) datada do ano 3000 a.C.

China

A civilização chinesa é uma das mais antigas do mundo. Pois esta é a única a sobreviver continuamente no tempo, mantendo a sua cultura e tradição praticamente intactas.


Os chineses pensavam que a melhor forma de viver não consistia em modernizar-se, mas em repetir arquétipos do passado.


O país com a mais longa tradição nas ervas é a China. Em 1578, Li Shizhen completou o seu “Compêndio de Matéria Médica”, onde listou 1800 substâncias medicinais e 11.000 receitas de compostos, constituindo-se como uma das mais ricas fontes de conhecimento, sobre esta matéria, alguma vez escritas. Estes conhecimentos básicos encontram-se presentes na cosmetologia dos dias de hoje.


Esta obra teve uma grande importância para o desenvolvimento da Medicina tradicional Chinesa.


Os chineses utilizavam extractos aromáticos nas suas cerimónias religiosas, queimando madeira e incenso para mostrar respeito pelos deuses e deusas. Uma tradição que ainda hoje se pratica. Mais especificamente no campo da massagem, a cultura Chinesa tem uma longa tradição na destilação de óleos essenciais e no uso de extractos aromáticos. Os monges Taoístas acreditavam que a extracção de fragrâncias de plantas, representava a libertação da sua alma e tal como outras culturas, utilizavam uma única palavra para designar o perfume, o incenso e a fragrância, essa palavra era “heang”. A escolha e a aplicação do “heang”, dependia do tipo de estado estético que se pretendia atingir, subdividindo-se em seis estados: tranquilo, recatado, luxurioso, belo, refinado e nobre. As classes mais abastadas da China, faziam um uso extensivo das fragrâncias durante as dinastias “Tang”, que tiveram início no século VII d.C. e continuaram até ao fim da dinastia “Ming”, já no século XVII. Os seus corpos, banhos, roupas, casas e templos, encontravam-se impregnados de fragrâncias, pois era comum utilizarem tintas, papel, cosméticos e sacos perfumados no interior das suas roupas. A China importava extractos, um pouco de todo o mundo: óleo de Sésamo com essência de Jasmim da Índia, água de rosas da Pérsia e gengibre da Indonésia. A maior parte destes extractos, eram usados como curativos para as mais diversas doenças.


O Imperador Amarelo, Huang Ti, há 4500 anos, formalizou a Teoria Médica no “Nei Ching”, que aborda desde o funcionamento dos órgãos internos até à importância do equilíbrio emocional.


A Medicina Tradicional Chinesa é uma ciência que explora os recursos disponíveis na natureza, como forma de tratamento para diversas doenças.


O primeiro documento escrito sobre a arte de massajar, foi descoberto na China e data o ano de 3000 a.C. A massagem oriental chinesa é um método terapêutico manual que baseia-se na aplicação, em pontos específicos do corpo humano, de pressões, de forma a eliminar a fadiga, de criar sensações agradáveis e a estimular as defesas naturais do organismo. Neste tipo de massagem, usam-se as mãos e principalmente os polegares, que são usados para pressionar determinados pontos, com excesso ou falta de energia. Podendo, também esta massagem ser designada de acupressura, ou seja, pressão manual nos pontos de acupunctura.


Dentro da Medicina Tradicional Chinesa, temos terapias como:



Acupunctura: A acupunctura é, sem dúvida, uma das formas de tratamento mais antigas do nosso planeta. Foram os chineses que sistematizaram e divulgaram essa técnica até ao século XX, graças à invenção do papel e da imprensa. Esta, é uma técnica de tratamento que consiste no estímulo de determinados pontos da superfície da pele, Neste processo, podem ser utilizadas agulhas, ventosas, massagens. Existem vários tipos de acupunctura: acupunctura auricular, electro-acupunctura e acupunctura sistémica.


Moxabustão: A palavra “moxa” em chinês é formada por dois ideogramas que significam “longo tempo” e “fogo”. A moxabustão consiste, no processo de cauterização de uma pequena quantidade de uma erva medicinal conhecida como Artemisia, colocada sobre certos pontos de acupunctura com a produção de calor penetrante.


Ventosaterapia: Esta é uma técnica, que através de recipientes de vidro ou plástico promove a sucção na pele e nos músculos superficiais. Esta sucção elimina as aderências entre a pele e a musculatura, activando a circulação, descongestionando e desobstruindo assim o fluxo de energia nos meridianos.


Tui Na: O Tui Na é um conjunto de técnicas manuais vigorosas, onde o terapeuta usa os seus dedos, mãos, punhos, cotovelos, antebraço e joelhos nos pontos de Acupunctura e nos Meridianos. As técnicas disponíveis também podem abranger manipulações articulares e incluem outros recursos acessórios, como a ventosaterapia e a auriculoterapia.


Do-in: Esta técnica caracteriza-se pela pressão de determinadas regiões do corpo, e é utilizada para prestar primeiros socorros, para tratamento de saúde, como prevenção de doenças de stress, para relaxamento, consciência corporal e harmonização interior.


Mas para além da medicina na China, também a preocupação com a beleza física, estava presente no quotidiano.


O costume de pintar as unhas nasceu na China, no século III a.C. As cores de esmalte indicavam a classe social do indivíduo. Os primeiros vernizes de unhas eram feitos de goma arábica, clara de ovo, gelatina e cera de abelha. Os reis pintavam as unhas com as cores preto e vermelho, depois substituídas pelo dourado e pelo prateado.


Na China, existia também uma prática, bastante cruel, que eram os “pés pequenos”.


Nesta prática, os pés femininos eram moldados de forma a ficarem com o máximo de 10 cm, para isso os pés eram amarrados aos 3 anos de idade e apenas aos 13 anos, quando se casavam, eram retiradas as ataduras.


Desta forma, a mulher aparentava uma fraqueza, quase que doentia, o que fazia dela uma mulher bonita. Esta era a preferência daquela época.


Posteriormente, na dinastia Tang, a mulher ideal era voluptuosa e com aparência saudável.


As normas para qualificação da beleza das mulheres variam de geração em geração. Mas, existiam 10 normas comuns: cabelo preto, brilhante e bem penteado. As sobrancelhas finas, bem pintadas e adornadas. Os olhos grandes e brilhantes que podiam expressar o mundo interior, lábios vermelhos e dentes brancos ordenados.


Deste modo, a civilização chinesa espalhou as suas influências por todo o planeta e muitas delas perduram até aos dias de hoje.

Índia

É na Índia que nasce a medicina ayurvedica, uma das mais antigas ciências da saúde, há cerca de 5000 anos atrás.


Ayur significa vida e saúde, e, veda conhecimento. Frequentemente é lembrada como a “mãe de toda a saúde”, visto que dela muitas formas de medicina surgiram.


Esta filosofia de vida foi tradicionalmente passada de mestres para discípulos, perdendo-se com isto, grande parte dos conhecimentos desta tradição de cura, já
que pouco era documentado.


A medicina ayurvedica era considerada também uma tradição familiar e não sendo partilhados os seus segredos, com pessoas exteriores ao núcleo familiar.


O ayurveda ensina que o homem é o universo dentro de si mesmo, composto de corpo, mente e espírito, ou seja, físico, emotivo e energético, e que o estado de saúde reflecte a harmonia dinâmica entre estes três factores.


É um sistema aplicável universalmente a todos que buscam paz e harmonia interiores.


Esta massagem é feita com óleos, ervas, fragrâncias e pós, e a estes está associada a teoria dos chacras e dos cinco elementos (terra, fogo, ar, água e madeira). A palavra chacra provém do idioma Sânscrito e significa roda ou disco. Pode comparar-se os chacras como uma espécie de esferas de energia que se expandem dos gânglios nervosos centrais da coluna e enviam energia a todo o organismo.


Existem sete chacras


1º Raiz ou Básico
2º Esplénico
3º Plexo Solar
4º Cardíaco
5º Laríngeo
6º Frontal ou 3º olho
7º Coronário


Estes chacras quando em equilíbrio, mediante a constituição do indivíduo, o resultado é o de um organismo em perfeita harmonia.


Além da massagem ayurvedica, os Indianos conseguiram também desenvolver técnicas de aromoterapia, através da obtenção de óleos essenciais, presentes em quantidades bem pequenas em todas as plantas, estes óleos são a sua força vital. Cada um deles tem um efeito curativo próprio, específico, que ajudam o organismo humano a restabelecer a harmonia nas suas diversas funções e devolver o equilíbrio entre corpo e mente.


Como possuem moléculas menores que os óleos sintéticos e minerais, os óleos essenciais são absorvidos pelos poros, penetrando na corrente sanguínea e são metabolizados pelo organismo.


Os Indianos possuem cerca de 1.700 substâncias naturais, mas para uso diário apenas utilizam aproximadamente 600 dessas substâncias, grande parte de natureza vegetal.


Exemplos: Essência de lavanda – extraída das flores;
Essência de alecrim – extraída das folhas;
Essência de canela – extraída das cascas;
Essência de erva-doce – extraída das sementes;
Essências de mirra – extraída das resinas;
Essências de laranja e vergamos – extraída das cascas;
Essências de retiver – extraída das raízes.



Na Índia eram também utilizados produtos animais, como por exemplo, pérolas, conchas, crina de cavalo, e sanguessugas.


Os minerais também fazem parte da vasta gama de substâncias, dos quais fazem parte por exemplo a pirita para acelerar a consolidação de fracturas e a calamina para cicatrizar feridas e queimaduras.



Tatuagem de Hena


Na cultura hindu, a hena é usada em todos os grandes festivais. Nos casamentos, as noivas enfeitam as mãos e os pés como sinal de boa sorte. No oriente, a lawsonia inermis (árvore de onde se extrai o pó das folhas) – a popular hena – é conhecida não só pelos efeitos cosméticos, mas principalmente pelas suas propriedades terapêuticas, como a acção antibiótica e protectora da pele.


A tatuagem de hena é feita com um cone que parece uma bisnaga de pasteleiro. Depois de acabada, passa-se um pedaço de algodão embebido numa mistura de sumo de limão com açúcar.


Por causa do sumo, a pessoa não pode apanhar sol, para não correr o risco de manchar a pele. A pessoa tem de ficar cerca de seis horas sem lavar o local para o resultado ficar bom. Quando a tinta seca, transforma-se numa casquinha e a figura está por baixo. Depois de algumas horas, lava-se a pele, e o desenho aparece, na cor castanha ou preta. Dura de uma a duas semanas.

Roma

Roma, primeiramente foi uma república durante centenas de anos mas desmoronou com as guerras civis em busca sempre do poder máximo que foi atingido por Augustos que trouxe com ele o poder de um imperador, deixando para trás a república e fazendo de Roma um império, sendo com isto o 1º Imperador.


Com esta mudança a estética também teve grandes alterações e evoluções, pois se antes, da república havia mulheres pintadas ou enfeitadas, estas não eram consideradas mulheres de bem perante os Romanos, mas com a sua queda a mulher passa a cuida-se muito mais e em demasia. Isto sucedia-se tanto em mulheres como em homens. Estes enfeitavam e penteavam os seus cabelos, cuidavam da pele e da higiene.


Segundo muitos cidadãos do império romano, a limpeza do corpo era o primeiro passo para a decadência e associavam a limpeza aos banhos públicos, cuja a entrada era de baixo custo ou mesmo gratuita.


As termas eram para pobres e ricos, frequentavam-nas por motivos sociais onde conviviam e divertiam-se, por esse motivo, os ricos deixavam os seus banhos privados e luxuosos que se assemelhavam a piscinas interiores, para irem a banhos públicos para socializar. Distinguiam-se desta forma pela presença de escravos que os ajudavam a vestir e despir as vestes que ostentavam, massajavam com óleos, limpavam o seu corpo e colocavam no fim dos banhos perfumes raros e caros.


Foi na Roma que nasceram as termas pois os banhos eram muito frequentes como que um ritual em que primeiro começavam nomeadamente por fazer exercícios de aquecimento (jogos de bola) para transpirar, ou até mesmo jogos de tabuleiro para lazer. De seguida limpavam o corpo com óleos, entravam nos banhos quentes e saunas e por fim refrescavam-se em banhos frios.


A mulher romana era extremamente refinada. As receitas de beleza eram uma obsessão com o cuidado da pele. Utilizavam portanto:


- Excrementos de crocodilo dissecados que posteriormente eram misturados com água perfumada;
- Tomavam banho com leite de burra para aumentar a frescura e a beleza da pele;
- De noite, antes de se deitarem aplicavam sobre o rosto uma máscara de sopas de pão amassado com leite de burra;
- De manhã limpavam a cara com leite recém ordenhado, e de seguida pintavam as pálpebras com antimónio;
- Colocavam pomada de gordura de pato; unguento rosado de aranha amassada;
- Para suavizar o rosto utilizavam carmim misturado com óleo extraído da lã dos cordeiros;
- Usavam pó verde (malaquite) e pó refra (galena) para a pintura dos olhos;
- Utilizavam pó de alabastro, pó de natrum, sal misturado com mel que servia para enrijar a carne;
- Produtos abrasivos para clarear os dentes.


Para a maquilhagem estava na moda uma cor pálida que se obtinha com pó de cal ou chumbo branco. Usava-se o ocre para as faces e para colorir os lábios (alguns cosméticos eram venenosos).


Já os seus cabelos para além de muito ornamentados eram esfregados por escravos com uma mistura de pimenta com cabeças e excrementos de ratos, para evitar a calvície.


Contudo a estética com a queda do império romano ficou esquecida ou adormecida.

Grécia

Na Grécia Antiga, Platão foi o primeiro a formular claramente a pergunta “O que é o Belo?”. Para ele a beleza existe separada do mundo sensível, sendo que uma coisa é mais ou menos bela conforme a sua participação na ideia suprema de beleza. Também Sócrates se debruçava sobre o tema da beleza considerando que o Belo era uma concordância observada pelos olhos e ouvidos.


A beleza e o asseio eram para os gregos antigos dois requisitos importantes. Tanto em esculturas como em vasos podemos admirar homens e mulheres vestindo elegantes túnicas de pregas suaves e em poses graciosas. Os jovens cuidavam do corpo mantendo-o apto e forte a fim de se tornarem bons soldados e atletas. A nudez era considerada normal pelos jovens mancebos, que nos jogos olímpicos competiam sempre nus. Após as competições os homens e os rapazes esfregavam-se com azeite para manter a pele flexível.


As mulheres usavam óleos perfumados e evitavam o mais possível expor-se ao Sol, visto o bronzeado não ser considerado belo. As mais abastadas usavam jóias, a maior parte de ouro e prata muito trabalhadas.



A palavra estética surgiu no século XVIII originária do grego aisthesis e significa "faculdade de sentir".


O Cabelo


Os salões de barbeiro surgiram na Grécia Antiga. Conversas sobre política, desporto e eventos sociais eram mantidas por filósofos, escritores, poetas e políticos, enquanto estes eram barbeados, faziam ondas nos cabelos, manicure, pedicure e recebiam massagens. Os cabelos eram principalmente espessos e escuros e eram usados longos e ondulados. É nos frescos de Creta que o rabo-de-cavalo usado pelas mulheres aparece pela primeira vez. Os preparados cosméticos, óleos, pomadas, graxas e loções eram usados para dar brilho e um perfume agradável aos cabelos. Os cabelos loiros eram raros e admirados pelos gregos e ambos os sexos tentavam descolorar seus cabelos com infusões de flores amarelas. As barbas, verdadeiras e falsas, continuaram populares até o reinado de Alexandre o Grande.


Banho


A história do banho e da banheira


Várias civilizações antigas inclusive as clássicas grega e romana, consideravam o asseio pessoal como uma prática saudável e agradável. A tradição foi assimilada pelo islamismo e passando o tempo tomada em conta pelo chamado mundo Ocidental Contemporâneo.


Tanto na Grécia como em Roma o banho resultava em um complicado ritual de cuidados corporais que compreendia em exercícios físicos, massagens com óleos especiais, imersões em águas de diferentes temperaturas, limpeza consciente da pele, a qual finalmente se aplicavam cremes e adereços.


São as chamadas termas romanas, especialmente as de Caracala, os vestígios materiais mais importantes chegados a actualidade para narrar a história do banho entre os humanos, mas as estâncias públicas mais antigas, dedicadas para este fim são as encontradas na cidade índia de Mohenjo-Daro, com mais de 4 mil anos de existência. Outras pistas bem anteriores se localizam nas ruínas do palácio de Cnosos, na ilha grega de Creta, a cidade real egípcia de Tell el-Amarna, primitivos artefactos similares a duches pintados em ânforas helénicas, e o testemunho literário de Homero quando na Ilíada fala de tinas com função de banheiras.



Termas


As primeiras termas surgiram na Grécia Antiga. Considerados lugares protegidos pela divindade, situavam-se perto de ginásios. Os balneários simples rapidamente se transformaram em locais luxuosos, com piscinas em mármore e bocas de água de prata maciça. Os utentes passavam alternadamente por salas de água quente e fria, o que provocava a transpiração que eliminava as impurezas da pele. Por fim limpavam todo o corpo com óleo, que depois retiravam com água perfumada.


Massagem


A massagem era uma prática comum na Grécia Antiga. A massagem era utilizada pela medicina assim como o eram os cataplasmas, tónicos, ar fresco e dietas correctivas. As escolas de topo da Antiga Grécia eram escolas desportivas equipadas com vestiários, balneários, salas de treino, salas de aulas e salas de massagens.


Embora a massagem fosse comum na Grécia destacam-se alguns notáveis que a ela recorriam:


Esculápio ou Asclépio trabalhou em Tessalónica no século V a.C. É mencionado como tendo aplicado a pacientes tratamentos tais como: relaxamentos, dietas, hidroterapia, ervas, massagens e aconselhamento. Utilizava ainda serpentes como ferramentas para curar doentes, daí o símbolo da serpente na medicina moderna. Foi viver para Roma para ensinar oratória acabando por levar consigo a medicina grega. Comida saudável, ar fresco, hidroterapia, aplicações locais para limpar feridas e massagens eram os seus tratamentos de eleição. Ele era conhecido pelo seu senso comum e profundo conhecimento da natureza humana bem como pela invenção do banho de chuveiro. Tornou-se amigo de dignitários como Cícero, Crassos e Marco António e muito fez pela aceitação da medicina grega em Roma.


Hipócrates conhecido como o “pai da medicina”, escreveu no século V a.C.: “Para se gozar de boa saúde, é preciso tomar um banho perfumado e fazer Hipócrates (460-377a.C.)uma massagem com óleos todos os dias.”


Hipócrates considerava que “um médico deve ter muita experiência em muitas coisas mas seguramente em massajar”. Ele defendia que todas as doenças resultavam de causas naturais devendo ser tratadas também de forma natural – alimentação saudável, exercício, dieta, descanso, banhos, ar fresco, massagens, música e convivência com amigos. Hipócrates é frequentemente descrito como holístico, mas, paradoxalmente, é também notável a sua aproximação racional à anatomia, medicina e prognóstico, separando a medicina da filosofia e da religião.



A palavra Holístico vem de “Holos” que significa “Todo”. O caminho da cura encontrado de 4 maneiras: através do corpo físico, do emocional, do mental e do espiritual. Com o intuito de integrar esses princípios e experiências fundamentais surge a Terapia Holística. Esta terapia busca integrar o Todo no Ser Humano.


Galen – de origem Grega, viveu em Roma, onde se tornou uma figura notável no que respeita à massagem. Possuidor de um vasto conhecimento de fisiologia e anatomia graças à experiência adquirida no tratamento de gladiadores e à prática de vivissecações, Galen indicava dietas, prescrevia medicamentos, enfatizava a prática de exercício físico e defendia a massagem no tratamento de mazelas e algumas doenças reconhecendo o seu efeito na eliminação de desperdícios da nutrição e os venenos da fadiga. “A vida” dizia ele “é melhor com moderação – de trabalho, comida, sono, bebida e sexo”. No século II antes de Cristo, registos indicam que o médico grego Galen entre outros gregos conhecidos terá sido o primeiro Europeu a utilizar ímanes para fins terapêuticos (Magnetoterapia).


Magnetoterapia


Utilização de pequenos aparelhos para criar e organizar campos electromagnéticos em camas, jarras de água, etc., para tratar doenças e principalmente problemas ósseos.


Vestuário


Tecidos e Cores


O vestuário era parte integrante do ideal de beleza para qualquer grego. Assim, as roupas gregas eram sobretudo de lã tecida muito finamente, factor que as tornava mais delicadas do que as actuais roupas de lã. Eram também utilizados trajes mais leves de linho tecido. As classes mais abastadas compravam seda ao oriente e na época helenística plantaram-se amoreiras na ilha de Cós, o que deu origem a uma indústria nacional de seda. As cores garridas eram muito populares, especialmente entre as mulheres. Obtinha-se a púrpura dos caramujos e o tom violeta da larva de um insecto chamado “larva de quermes”. Das plantas obtinham-se outras matérias corantes. Os mais pobres, provavelmente usavam roupas não tingidas.


Época Helenística


Período entre a morte de Alexandre O Grande a 30 a.C. Da palavra “heleno” que significa “grego”.


Modelos e Calçado


O formato das roupas era idêntico para homens e mulheres tendo-se mantido inalterado durante séculos. A roupagem básica era uma túnica direita, presa ao ombro com alfinetes ou broches – Chiton – e uma capa, presa no cimo a esvoaçar. A roupa interior tal como a exterior caía solta em torno do corpo. As crianças usavam roupas semelhantes às dos pais mas as túnicas eram bastante mais curtas a fim de poderem correr com facilidade. Adultos e crianças andavam descalços em casa e quando saíam usavam sandálias de cabedal com muitas tiras.


A Mulher Grega


Cuidados com o corpo


A mulher na Antiga Grécia dedicava muita atenção ao cuidado com o corpo. Nos ginásios e banhos públicos, as jovens da alta sociedade ateniense exercitavam-se para não perderem a linha harmoniosa e esbelta que ainda hoje admiramos nas estátuas.


A mulher helénica tirava a sua túnica e nua efectuava exercícios físicos para adelgaçar a cintura e as ancas. De seguida tomava um banho muito frio para manter a pele fresca.


As jovens gregas tinham ainda o cuidado de evitar o desenvolvimento do peito, aplicando para tal pomadas adstringentes – nenhuma dama de Ática que quisesse distinguir-se pela sua beleza podia ter um busto desenvolvido. Ser perceptível sob o Chiton uma curva pequena e forte, uns
ombros proporcionados e um pescoço esbelto eram características almejadas por toda a mulher grega. Assim, sujeitavam ombros e pescoço a violentas massagens para evitar a obesidade. Embora algumas mulheres usassem cintas para reduzir a cintura, o vestuário interior que se usava na altura, túnicas de linho ou algodão transparentes e de tons pálidos, não permitiam dissimular a obesidade.


Adstringentes utilizados


Mel, incenso, mirra e clara de ovo.


Maquilhagem


As gregas sombreavam os olhos de negro e azul e aplicavam carmim para avivar as maçãs do rosto. Os lábios e as unhas eram igualmente alvos de especiais cuidados sendo pintados de tons uniforme tal como hoje.


Pó mortal


Boião de póOs pós faciais, que surgiram em 4 000 a.C. na antiga Grécia, eram perigosos porque tinham uma grande quantidade de chumbo na sua composição e chegaram a causar várias mortes prematuras. O rouge era um pouco mais seguro. Embora fosse feito com amoras e algas marinhas, substâncias naturais, a sua cor era extraída do cinabre (sulfeto de mercúrio), um mineral vermelho. O mesmo rouge era usado nos lábios, como batom, onde era mais facilmente ingerido e também causava envenenamento.


Perfumes


Quanto à arte da perfumaria já se usa olíbano, mirra, canela, cravo, benjoim e sândalo com o intuito de sedução no século IV a.C.


Depilação


As mulheres gregas eram também muito vaidosas pelo que praticavam a depilação com fins estéticos. Para tanto arrancavam os pêlos púbicos com a mão e queimavam-nos com cinzas quentes. Os restantes pêlos eram retirados com uma pasta à base de vegetais, cinzas e uma argila especial.


“As damas passavam horas e horas frente ao espelho levando a cabo o mais completo arranjo do seu rosto. Saíam do toucador completamente transformadas, chegando ao extremo de em Atenas não haver mulheres velhas nem feias. A maior parte das mulheres usavam compressas de cera quente para fazer desaparecer as rugas, preparados cáusticos para suavizar a epiderme, alongavam os olhos com uma sombra azul e aplicavam vermelhidão sobre as faces. Aspácia de Mileto, para conseguir a sua tão elogiada palidez, ingeria todas as manhãs uma grande quantidade de cominhos”.

Egito

Higiene Pessoal e Cosmésticos


Cosméticos


Esfoliantes, epilação, cremes anti-rugas, métodos para eliminação de estrias, extensões capilares, halitosis e odores corporais desagradáveis, parecem expressões muito modernas e associadas a qualquer montra de uma das nossas metrópoles actuais, no entanto, todos eles eram
também conhecidos no antigo Egipto.


Cleópatra VII, é talvez a mais afamada mestra desta arte, tendo-lhe sido imputada a criação de um livro onde revelava os seus segredos de beleza. Os Egípcios usavam cosméticos independentemente do seu sexo e “status” social, tanto por razões terapêuticas como estéticas. Utilizavam muito frequentemente maquilhagem branca, preta (feita à base de óxido de carbono ou magnésio) e, maquilhagem verde (derivada da “malaquite” e outros materiais compostos por cobre). O vermelho ocre obtinha-se misturando terra com água e aplicava-se nos lábios e nas maçãs do rosto. A “henna” usava-se para cobrir as unhas de amarelo ou laranja. Foram encontrados tubos, com o nome de Nefertiti e da sua filha, nos quais guardavam khol, uma tinta para os olhos, que se obtinha misturando e reduzindo a pó, antimónio, óxido de cobre, amêndoas queimadas, “malaquite” verde, “cerussite” (um carbonato branco de chumbo) e, algumas vezes, pequenas porções de compostos de chumbo, “laurionite” e “fosgenite”, que posteriormente era misturado com óleo ou gordura. Este produto era armazenado em jarros e aplicado nos olhos, recorrendo ao uso de um pequeno pau. Entre os achados arqueológicos mais antigos, contam-se inúmeros destes jarros, alguns deles ainda por utilizar, como o encontrado no túmulo de Tut-anj-Amon, em forma de leoa, o qual continha unguentos e perfumes onde se puderam identificar 7 tipos diferentes de óleos vegetais e um óleo de origem animal. Estes recipientes eram inicialmente construídos de granito e basalto e posteriormente de alabastro. Pintavam-se as pálpebras superiores e inferiores, acrescentando-se uma linha desde o canto do olho, até aos temporais. Acreditava-se que a maquilhagem tinha propriedades mágicas e até curativas.


Os Egípcios acreditavam que ao se apresentarem perante os deuses, no dia do julgamento da morte, tinham que observar certas regras de vestimenta.


“ Um homem tem este discurso quando está puro, limpo, vestido com roupa nova, calça sandálias brancas, com os olhos pintados e untado com os melhores óleos de mirra”.


Cosméticos para os olhos eram importados de Punt para Hatshepsut, juntamente com, incenso-ihmut, incenso-sonter, símios e macacos. A importação de cosméticos representava o segundo maior negócio na balança comercial com o estrangeiro, imediatamente após a importação de madeira. Thutmose III trouxe uma quantidade não determinada destes produtos das suas campanhas em Naharin. O óxido resultante de folhas esmagadas era misturado com água e cloreto de sódio (pedra de sal), seguindo-se um processo repetitivo de filtragem que poderia durar semanas, até estar completo. O clorídio de folhas resultante, era utilizado como ingrediente para a maquilhagem dos olhos do qual, mediante a adição de gordura e pós secos, se conseguia uma grande variedade de unguentos. As senhoras Egípcias ricas, pintavam as unhas e tratavam a pele e cabelos, com creme e óleos. Na sepultura de três damas Egípcias, da corte de Tutmosis III (1450 AC), encontraram-se uma grande variedade de cosméticos, dos quais chamava particularmente a atenção, umas jarras que continham um creme de limpeza, composto por óleo vegetal e cal, ou talvez gesso.


Os unguentos cosméticos eram muito apreciados e universalmente reconhecidos, tendo mesmo sido utilizados como moeda de troca, antes do aparecimento do dinheiro.


Cremes Corporais


Os Egípcios dispunham de uma grande variedade de cremes corporais, nos quais, como já referimos, utilizavam uma diversidade de óleos. Entre os mais comuns, destacam-se: óleo de linho, sésamo (Sesamum indicum), óleo de rícino (Ricinus communis), óleo de Balanos (Balanites aegyptiaca), óleo de amêndoa de Moringa (Moringa pterygosperma), óleo de oliva (Olea europea) e óleo de amêndoas. Os óleos animais, que também se utilizavam nestes unguentos, derivavam geralmente do gado bovino e dos gansos. Segundo a tradição, Cleópatra banhava-se, diariamente, em leite de burra. O leite de vaca e de mulher, eram usados como remédios terapêuticos (Ebers, 642) e o leite coalhado era usado, topicamente, em produtos cosméticos, sendo rico em ácido lácteo e alfa-hidroxiácidos, muito utilizados na actualidade na indústria cosmética. Tornou-se lendário o chamado, unguento de Mendes, ao qual se referiam Plinio e Dioscórides, e que era muito apreciado, exportando-se para a Grécia e Ásia menor. Ao que parece, era um unguento de complexa composição e que, provavelmente, poderia ser confeccionado de diversas formas, tendo uma delas sido descrita por Plinio como contendo: Óleo de Balanos, resina, mirra, óleo de azeitonas verdes, cardamomo, mel, vinho, gálbano e resina de turpertina. Este composto utilizava-se como creme corporal, depois do banho. Um outro unguento corporal, “para rejuvenescer e devolver a vida”, consistia num extracto de banha de porco e de boi, juntamente com diversas outras substâncias: incenso, cera de abelha, óleo de enebro e sementes de coriandro, que após aquecido, era aplicado sobre o corpo, realizando-se fricções com mirra, após a sua aplicação (Ebers, 652).


Creme anti-rugas


Os tratamentos anti-rugas eram bastante comuns no antigo Egipto, como nos sugerem as diversas formulações contidas nos papiros médicos.


As rugas tratavam-se com aplicações diárias de uma mistura de incenso, cera de abelhas, óleo de Moringa, e frutos verdes de cipreste (Ebers, 716). A receita termina com a inscrição: “prova-o e verás!”.


Outra receita era composta por pó de goma dissolvido numa substância, não totalmente identificada, chamada água de padou (talvez mel e um óleo vegetal). O resultado era um líquido viscoso que se aplicava sobre a cara, depois da lavagem. Ao que parece, produzia o efeito de “esticar a pele do rosto” (Ebers, 719), que tem algum paralelismo com os modernos “gommages”.


Aromaterapia e perfumes


Aromaterapia, a arte de manipular fragrâncias voláteis e óleos essenciais, teve o seu início nos tempos antigos, particularmente no Egipto, tendo-se já catalogado 21 tipos diferentes de óleos vegetais utilizados pelos Egípcios. O objectivo desta terapia é o de proporcionar uma experiência holística, tratando simultaneamente o corpo e a alma como um todo. A própria história Egípcia encontra-se profundamente ligada à aromaterapia e aos seus poderes curativos, tendo como patrono o deus Nefertem, deus dos perfumes, filho de Sekhmet (a deusa leoa) e neto de Ra, o mais poderoso deus da mitologia Egípcia.


Os perfumes Egípcios eram famosos por todo o Mediterrâneo. Pliny “O ancião”, escritor Romano autor da “História Natural”, descreve um perfume que ainda mantinha a sua fragrância após oito anos. Os perfumes eram geralmente elaborados com plantas: as raízes ou folhas da “Henna”, canela, turpentina, iris, lilas, rosas e amêndoas amargas, eram mergulhadas em óleo e algumas vezes cozinhadas. A essência era extraída espremendo o resultado da cozedura e adicionavam-se óleos para produzir perfumes líquidos, enquanto os cremes e os unguentos eram o resultado da mistura com gordura ou cera. Muitos perfumes possuíam mais de uma dúzia de ingredientes. A arte de extrair e destilar perfumes, começou há milhares de anos, tendo sido aperfeiçoada em 2500 a.C. Era praticada pelos monges do templo de Denderah, onde uma das suas paredes mostra o método utilizado na extracção e destilação destes óleos, o qual ainda se encontra em uso pelos agricultores Egípcios da actualidade. Os odores agradáveis eram associados aos deuses, sendo Ra, o deus do sol, a fonte de todos eles. A maioria das fragrâncias era proveniente de Punt, tal como descrito nas inscrições que relatam a concepção e nascimento de Hatshepsut.


“Ele encontrou-a enquanto ela dormia na beleza do seu palácio. Ela acordou com a fragrância do deus, a qual já tinha cheirado na presença de sua majestade. Ele dirigiu-se para ela imediatamente, “coivit cum ea” (deitou-se com ela), impôs-lhe o seu desejo e provocou que ela o visse na sua forma de deus. Quando ele lhe apareceu, ela rejubilou perante a sua beleza e o seu amor passou para os seus membros, inundados pela fragrância do deus; todos estes odores provinham de Punt”


O óleo de cedro era considerado o mais sagrado de todos os óleos destilados, sendo o principal usado no processo de mumificação. Os sacerdotes Egípcios descobriram o verdadeiro poder dos óleos e acreditavam que, certos tipos de perfumes podiam aumentar o poder do indivíduo. Os sete óleos sagrados utilizados na mumificação eram: Festival de perfume, Hekenu, Bálsamo Sírio, Nechenem, Óleo suavizante, o melhor óleo de Cedro e o melhor óleo da Líbia. Estes óleos faziam também parte dos rituais de magia Egípcios. A fragrância Egípcia mais famosa, Kyphi, que significa “boas vindas dos deuses”, acreditava-se ter propriedades hipnóticas. Na cidade do sol, Heliopolis, queimavam-se resinas de manhã, mirra à tarde e kyphi à noite, para o deus Ra.


Higiene


Herodotos escreveu:


“Eles são muito cuidadosos na utilização de peças de linho recém lavadas. Eles circuncisam os seus filhos, com intuitos de asseio, dando prioridade à higiene em detrimento da beleza.”


A importância que os egípcios davam à higiene reflecte-se no facto do supervisor real da lavandaria, ser uma personalidade proeminente da corte. Esta preocupação com a higiene e o cuidado corporal transcendia os sexos, sendo que ambos, homem e mulher, recorriam ao uso de cosméticos e óleos corporais. A necessidade de utilizar protecção para a pele, num clima quente e árido, era entendida por todas as classes sociais, fazendo parte das rotinas diárias, a aplicação destes óleos. Existem indícios que provam que a distribuição de produtos, para o cuidado corporal, era feita diariamente, como parte do salário, mesmo às classes mais baixas.


Eles utilizavam swabu (deriva de (s)wab, que significa lavar) como sabão, uma pasta que continha cinza ou barro, muitas da vezes misturados com essências. Os papiros médicos de Ebers, os quais datam do ano 1500 a.C., descrevem uma mistura de óleos animais e vegetais com sais alcalinos, os quais eram utilizados como sabão no tratamento de doenças de pele, bem como, na sua lavagem. Embora tenham sido encontradas algumas casas de banho, é naturalmente aceite, que os Egípcios se contentavam em tomar banho por aspersão ou por imersão nos canais fluviais. Para os cuidados mais específicos do corpo, usavam lavatórios que enchiam com soluções salinas usando areia como agente esfoliante, lavando-se ao acordar, assim como, antes e depois das refeições principais. Nas casas mais abastadas, podiam-se encontrar quartos de banho, onde os escravos deitavam grandes quantidades de água sobre os seus patrões, utilizando um óleo animal ou vegetal, misturado com pó de lima, como sabão. Na lavagem dos dentes usavam outra solução chamada natron, composto natural de carbonato de sódio (Na2CO3), bicarbonato de sódio (NaHCO3), cloreto de sódio (NaCL) e sulfato de sódio (Na2SO4), cujo nome provém do latim, natrium, que significa sódio. Manter um hálito fresco era outra das suas preocupações, mascando folhas de tâmara, para esse efeito.


Cabelos


O cuidado dos cabelos era de vital importância no Egipto, embora fosse frequente o uso de perucas, que eram fixadas ao couro cabeludo com uma mistura de cera de abelhas e resina. As perucas, feitas de lã de ovelha, cabelos humanos ou, mais tarde, fibras de palmeira, eram utilizadas, tanto por mulheres como por homens, em festas, actos oficiais ou simplesmente para se protegerem contra o calor. Era comum utilizar-se cones de gordura na cabeça ou aplicados nas perucas, cuja acção era a de protegerem os cabelos dos efeitos do sol, que além de manterem as perucas humedecidas, exalavam uma agradável fragrância enquanto iam, lentamente, derretendo. Esta prática era tida como um acto social e recorria-se à distribuição dos cones por servos que os colocavam nas cabeças dos convidados.


A realeza podia também utilizar uma aplicação de cabelo, ou barbas postiças, tal como a utilizada pela rainha Hatshepsut, que realçavam o
seu “status” real. Quando não utilizadas, as perucas eram guardadas em caixas especiais e colocadas em exposição nas suas casas. O profundo valor simbólico do cabelo existiu em todas as civilizações, tendo sido encontradas numerosas fórmulas para os cuidados capilares, nos papiros de Ebers (Ebers, 432-476). Por exemplo, a queda capilar era tratada com compostos à base de óleo de rícino e meliloto, tendo também sido utilizados tónicos capilares confeccionados com mirtilho, tamarindo e turpertina. Os papiros de Ebers também contêm fórmulas para provocar a calvície, as quais eram utilizadas para trazer a desgraça àqueles que se odiava.


seu “status” real. Quando não utilizadas, as perucas eram guardadas em caixas especiais e colocadas em exposição nas suas casas. O profundo valor simbólico do cabelo existiu em todas as civilizações, tendo sido encontradas numerosas fórmulas para os cuidados capilares, nos papiros de Ebers (Ebers, 432-476). Por exemplo, a queda capilar era tratada com compostos à base de óleo de rícino e meliloto, tendo também sido utilizados tónicos capilares confeccionados com mirtilho, tamarindo e turpertina. Os papiros de Ebers também contêm fórmulas para provocar a calvície, as quais eram utilizadas para trazer a desgraça àqueles que se odiava.

“Folhas de lotus fervidas, adiciona-se óleo e aplica-se sobre a cabeça da mulher que se destesta”


Também os cabelos brancos eram tratados com unguentos à base de óleo e extractos vegetais, aplicados quentes sobre a cabeça. Foram achadas diversas fórmulas cosméticas, registadas em papiros, destinadas a “fazer desaparecer o branqueamento dos cabelos” (Ebers, 458, 459 e 460). Outra técnica bem conhecida pelos Egípcios, eram as tintas capilares, como pôde ser comprovado em algumas múmias que apresentavam os cabelos avermelhados, provavelmente recorrendo às propriedades da Henna. A caspa era tratada com uma mistura de farinha de cebada calcinada e gordura de boi (Ebers, 712). O pêlo indesejável era rapado ou depilado, havendo relatos de Heródoto relativos aos sacerdotes que dizem:


“...rapam o corpo inteiro a cada dois dias a fim de que nem piolhos ou outros parasitas adiram à sua pessoa enquanto servem os deuses”


Esta prática foi corroborada com o achado de navalhas e instrumentos para a barba, feitos em cobre, bronze, ferro ou até em ouro puro, nos túmulos Egípcios. A depilação realizava-se com a aplicação de cremes depilatórios, feitos à base de ossos de pássaro esmagados, óleo, goma e pepino, entre outros ingredientes, que eram aplicados quentes
e removidos após esfriarem (Hearst 155). Também se utilizavam pinças, tj’ait-iret, para extrair os pêlos indesejados.


Alguns estilos de cabelo eram similares aos de hoje em dia, sendo o cabelo curto mais utilizado pelo cidadão comum. Enquanto as raparigas mais novas prendiam o cabelo entrançado atrás, os rapazes rapavam a cabeça e alguns deles, como o jovem Ramsés, usavam uma tufa de cabelo num dos lados. As senhoras abastadas usavam ganchos de cabelo, lâminas, espelhos portáteis e era normal frisarem o cabelo, sendo que algumas, sobretudo as mais jovens, tinham cabelos suficientemente longos para os carapinharem.


“O meu coração pensava no amor que sentia por ti, enquanto metade do meu cabelo já se encontrava carapinhado; saí a correr para te encontrar sem terminar o meu penteado. Agora, se me deixares terminar de carapinhar o meu cabelo, estarei pronta num instante.”


Houve períodos em que os cabelos se usaram longos sobre os ombros ou até mais compridos, tanto por homens quanto por mulheres. Mas também houve épocas em que os adultos, homens e mulheres, usaram as cabeças totalmente rapadas. Alguns historiadores atribuem este facto à prevenção de piolhos.


Reflexologia


A reflexologia podal é uma técnica antiga de tratamento por pressão que envolve a aplicação de pressão focalizada sobre pontos “reflexivos”, localizados nos pés, os quais correspondem a determinadas áreas do nosso corpo. Não se sabe ao certo quão antiga é esta técnica, no entanto, existem alguns factos que apontam para a sua utilização pelos Egípcios, há cerca de 5000 anos atrás:


Uma gravura encontrada num dos templos construídos por Ramesses II, que aponta para um tratamento de massagem efectuado aos pés cansados dos soldados, no decorrer das longas caminhadas a caminho da batalha de Qadesh;


Uma gravura encontrada no túmulo do médico Ankhmahor, em Saqqara, no Egipto, que sugere uma massagem aos pés e às mãos, na qual encontramos uma inscrição com a exclamação de um paciente: “Não me faças doer.”; e a resposta do terapeuta que diz: “Actuarei de forma a agradar-te”.


O túmulo de Ptah-hotep contém mais uma magnífica gravura em baixo relevo, que mostra um escravo a massajar as suas pernas e pés;


Relatos históricos confirmam que Marco António massajava os pés de Cleópatra nos jantares festivos.


Acredita-se que a reflexologia terá sido passada, pelos Egípcios, aos Romanos e daí até aos nossos tempos, sofrendo uma série de mutações que a transformaram nas técnicas utilizadas hoje em dia.

Palestina

Os conceitos estéticos do antigo Israel não são fáceis de abordar, pois trata-se de um território milenar sobre o qual são escassos os elementos disponíveis. No entanto, dispõe-se de uma fonte quase única sobre assunto, um livro de grande história e tradição: a Bíblia


Em particular, no Antigo Testamento, encontram-se várias informações acerca dos cuidados estéticos deste povo.


O território da Palestina era bastante mais amplo do que actualmente e sofria influência do Egipto e da Pérsia no que diz respeito aos seus costumes de cosmética e perfumaria.


Na época, o ideal feminino estava associado a um pescoço alto, olhos redondos, cabelos negros, lábios vermelhos e dentes muito brancos. A parte mais atractiva no corpo era o rosto e, neste, os olhos.


A primeira organização, do tipo profissional de cosmética, formou-se na Palestina com o povo Israelita. Esta organização surge como resultado da ligação que havia entre a cosmética e as práticas religiosas, situação que se manteve constante ao longo da História Antiga.


A mulher Israelita pintava os olhos com khol e utilizava pós à base de pólen de plantas. Para suavizar a pele utilizava unguentos, óleos, bálsamos e perfumes e também sabão à base de potassa (alcalina) extraída da resina de algumas plantas.


Foram encontrados em escavações realizadas na Palestina restos destes produtos de beleza em caixas de pinturas.


A grande fertilidade das suas terras terá, com certeza, contribuído para o desenvolvimento e atenção prestados aos cuidados estéticos, pondo à disposição grandes variedades e quantidades de matérias-primas.


Pode verificar-se através de algumas passagens da Bíblia, da qual se retiram alguns excertos, os cuidados estéticos de então e a sua importância. O primeiro diz respeito à descrição da preparação a que a bela Ester se submeteu antes de ser apresentada com grande êxito ao rei Assuero: “Conforme o regulamento das mulheres, cada jovem preparava-se durante doze meses para se apresentar ao rei Assuero. E este era o prazo para o tratamento de beleza: seis meses à base de óleo de mirra e outros seis meses com vários bálsamos e cremes.” (Ester II, 12).


Outro excerto fala da visita da rainha do Sabá ao rei Salomão:


“ (…) ouviu falar da fama de Salomão e foi submeter o rei à prova por meio de enigmas. Chegou a Jerusalém com uma imponente comitiva de camelos carregados de perfumes, muito ouro e pedras preciosas. (…)“ (Reis X, 1-2).


Relativamente aos costumes estéticos do tempo de Cristo, o Novo Testamento dá-nos elementos com muito interesse. Dos evangelistas retiram-se os seguintes excertos:


1. “Não me ungiste a cabeça com óleo e ela ungiu-me os pés com perfume.” (Lucas VII, 46).
2. “ Aproximou-se, limpou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho (…)” (Lucas X, 34).
3. “Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto” (Mateus VI, 17).
4. “(…)Estando à mesa, chegou uma certa mulher que trazia um frasco de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço. Partindo o frasco derramou perfume sobre a cabeça de Jesus.” (Marcos XIV, 3).
5. “Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos, nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado (…)” (Mateus X, 9-10).


Os perfumes eram usuais e, pelas citações, constata-se que os havia de qualidade superior que eram colocados em alabastros. Perfumava-se a cabeça, os pés e provavelmente todo o corpo. Maria Madalena ungiu os pés de Jesus Cristo com nardo e outros perfumes.



Foi em máscaras e representações funerárias encontradas na cidade de Palmira, na Síria, pertencente à Palestina em tempos bíblicos, que se encontraram os elementos mais interessantes para uma caracterização estética das mulheres e homens de então. As mulheres mais abastadas apresentam uma grande exuberância de jóias que lhes cobrem todo o peito, onde parece predominar um certo gosto por elementos circulares. Usam também grandes pulseiras e anéis nos dedos.



Como se verifica, a mulher Israelita dava bastante importância aos cuidados estéticos
.

Mesopotâmia

Mesopotâmia(entre 2300 e 1800 a.c)


Mesopotâmia é uma palavra grega que significa “região entre os rios”, usada para designar o território entre os rios Tigre e Eufrates.


A civilização Mesopotâmica foi dominada por vários povos tais como: Sumérios, Babilónios, Assírios e Persas.


Estes povos deixaram um legado: os cuidados estéticos. Apreciavam os perfumes, os cosméticos e os incensos dos quais fizeram grande uso. Na Mesopotâmia os perfumes e os incensos tiveram principalmente o aspecto de purificação e rituais de limpeza. O uso de cosméticos por esses povos teve ligação com as suas religiões. Nos seus rituais, como por exemplo, no baptismo, utilizava-se o óleo, e certamente esse gesto tinha a ver com a purificação.


São poucos os documentos que mostram ou descrevem a produção de perfumes e, muitas vezes, esses documentos retratam muito mais o lado artístico do que o tecnológico. Sabe-se que não usavam nenhum tipo de destilação e que havia três processos disponíveis para a produção. Em um deles, chamado infusão, flores eram mergulhadas em óleo ou gordura a uma temperatura de aproximadamente 65º C. Esse tratamento era muitas vezes descrito em receitas para pomadas. Os perfumes eram obtidos pelo aquecimento de ervas em óleo e, em seguida, a mistura era coada ainda quente. Os instrumentos utilizados nesta operação podiam ser encontrados nas cozinhas, e foram estes mesmos instrumentos que influenciaram o surgimento dos primeiros equipamentos para laboratório e algumas das práticas dos primeiros alquimistas.


Num segundo processo de produção de perfumes, as pétalas de flores eram difundidas nas camadas de gordura animal. Quando os seus perfumes eram absorvidos, elas eram substituídas por flores frescas até a gordura tornar-se totalmente carregada com o perfume. As pomadas resultantes eram muito populares entre os antigos.


Num terceiro processo, os líquidos provenientes de flores e sementes eram utilizados na produção de óleos essenciais e perfumes através do esmagamento da espécie.


Os óleos essenciais não eram naturalmente preparados em grandes quantidades. Nas receitas de cosméticos e de outras preparações os ingredientes aromáticos eram usualmente incorporados nos óleos ou gorduras por infusão. Os ingredientes usados eram muitas vezes aqueles com os quais ainda hoje se fabricam os perfumes.


Ainda quanto aos óleos sabe-se que o azeite proveniente da azeitona e o óleo de castor eram aqueles tipicamente utilizados pela classe mais desfavorecida. O óleo de moringa, o de rabanete e o de sésamo também tinham uma utilização muito comum. Os cosméticos produzidos pelos antigos eram feitos com gordura de boi, carneiro e de ganso. O óleo de peixe também era conhecido na Mesopotâmia mas dificilmente foi utilizado no fabrico dos cosméticos.


Quanto ao fabrico das pinturas para os olhos, era feita uma pasta em que se misturavam, numa paleta, vários ingredientes, tais como: minerais, terra e água. Esta pasta era aplicada nas pálpebras com os dedos ou com astes feitas de osso, madeira ou marfim.


Para colorir os lábios e as faces usavam o ocre vermelho mas os Sumérios preferiam o ocre amarelo.


Os incensos eram produzidos com as mesmas resinas e óleos utilizados na produção de perfumes e eram muito utilizados nos cerimoniais religiosos e nos rituais mágicos, adquirindo assim uma grande importância.


Na Mesopotâmia era costume, a homens e mulheres, usarem jóias, tais como brincos, contas, pingentes, braceletes, que foram encontradas em casas particulares junto de cosméticos, como potes de unguentos para o corpo e cabelos, escovas feitas de madeira e marfim, pinças e espelhos de cobre e prata e até mesmo de ouro.

Pré História

A Estética surge na Grécia antiga como disciplina da filosofia que estuda as formas de manifestação da beleza natural ou artística.


Platão, filósofo grego, afirma que o belo é uma manifestação do bem, da perfeição e do que é verdadeiro.


Posteriomente, Aristóteles faz já uma distinção entre o bem e o belo. Defende que o belo é uma criação humana e é o resultado de um perfeito equilíbrio entre vários elementos.


A Estética teve desde sempre um papel muito importante ligado à beleza, bem estar, sedução, arte...


Desde o dia em que Eva colheu uma folha para enfeitar a sua nudez, percebeu que a natureza lhe fornecia elementos para a beleza e sedução.


É uma ciência que foi evoluindo ao longo das épocas e por isso iremos aprofundar a sua história.


Pré-História


A Pré-História divide-se em dois períodos: o Paleolítico ou a “Idade da Pedra Antiga” (que compreende o Paleolítico Inferior, o Paleolítico Médio e o Paleolítico Superior) e o Neolítico ou a “Idade da Pedra Nova”.


O Paleolítico inferior existiu há 2,5 milhões de anos. Foi neste período que surgiu o fabrico
dos primeiros utensílios a partir de seixos que, gradualmente, foram adquirindo maior complexidade. Os Bifaces, característicos deste época, eram utensílios talhados em duas faces por forma a que uma das extremidades terminasse em ponta e foram trazidos para a Europa pelo primeiro povoamento humano – o Homo Erectus.


Foi no período do Paleolítico Médio que surgiu o Homo Sapiens ou o Homem de Neandertal, isto é, “o homem que sabe”, assim designado devido ao avanço intelectual que demonstrava.


Nesta época, surgiu o fabrico de utensílios em sílex, feitos sobre lascas, segundo uma nova técnica que consistia na extracção de grandes lascas de forma e tamanho pré-determinados, mediante a exploração cuidadosa dos blocos de matéria-prima. Esta técnica foi desenvolvida pelo Homo Sapiens dando origem ao “método Levallois”.


O Homo Sapiens ou o Homem de Neandertal deu origem ao Homo Sapiens Sapiens, cujo melhor exemplo foi o Homem de Cro-Magnon. Esta sua última fase correspondeu a um grande desenvolvimento no progresso da humanidade, começando assim o Paleolítico Superior.


Foi neste período que o homem atingiu um grande desenvolvimento da linguagem e da sua capacidade de expressão abstracta conduzindo-nos aos primórdios da História da Arte, emergindo então os primeiros vestígios de actividade artística.


A evolução artística no Paleolítico Superior dividiu-se em vários períodos: o Aurinhacense e nele surgiu a técnica das mãos pintadas em negativo (arte parietal), onde se utilizou um pó colorido a partir de rochas trituradas, misturado com um elemento fixador, provavelmente a gordura animal, que é soprado por um canudo sobre a mão pousada na parede da caverna, obtendo-se assim o contorno da mão no meio da mancha colorida; surgiram gravações e incisões nas paredes (arte parietal); silhuetas, animais vistos de perfil e utilizavam a pintura mono-cromática.


A principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada foi o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual a sua vista captava. Surgiram os primeiros trabalhos em escultura que foram as estatuetas femininas como por exemplo a Vénus de Laussel e a Vénus de Willendorf. Estas vénus apresentavam uma deformação adiposa conhecida por “esteatopigia”, ou seja, as partes do corpo relacionadas com a fecundidade estão exageradamente desenvolvidas. Estas vénus paleolíticas acentuavam os sinais de gravidez, em que o artesão pretendia assegurar não só a fertilidade da sua companheira como também demonstrava uma preocupação com a continuidade da espécie. Estas pequenas esculturas não exaltavam apenas a mulher mas constituíam uma homenagem à maternidade, testemunhando um aspecto cultural que era comum a toda a Europa: o culto da fecundidade feminina.


Depois surgiu o período Gravetense e, posteriormente, o período Solutrense e, neste último, apareceu uma maior perfeição das silhuetas animais; a ideia de movimento assim como um maior dinamismo nas representações e surgiram também os baixos-relevos de animais. A fase final do Paleolítico Superior, ou seja, o período Madalenense representa o apogeu da arte rupestre. As representações animalistas apresentam um grande realismo, geralmente de perfil; surge a pintura policromática.


Nas pinturas das gravuras rupestres eram utilizados óxidos naturais, presumivelmente abundantes junto à superfície do solo naquele tempo, como os ocres e vermelhos. Na produção de pigmentos para pintar, as tintas provinham de minerais moídos e misturados com água. O pigmento vermelho resultava do óxido de ferro e o preto do dióxido de manganês ou carvão. Por vezes aqueciam os minerais a fim de produzir novas tonalidades. Para além dos óxidos minerais e do carvão eram também utilizados ossos carbonizados, vegetais e sangue dos animais. Os elementos sólidos eram triturados e dissolvidos em gordura animal, ou seja, era utilizada uma técnica rústica de têmpera a óleo. Como pincel utilizavam os dedos e pequenas varetas com penas e pêlos.


Surgiram ainda novos utensílios e novas técnicas com o fabrico de pontas de projéctil em osso e de lâminas em lascas alongadas; apareceram os primeiros objectos gravados de adorno pessoal (dentes de animais e conchas usados como pendentes), e gravações em osso e chifre.


As pequenas peças de escultura também estiveram presentes, como por exemplo a Vénus de Lespugue. Houve uma evolução de uma tendência naturalista em Willendorf para uma estilização que se aproxima da geometrização abstracta em Lespugue. Tanto na pintura como
na escultura notou-se a ausência de figuras masculinas.


Contudo, é curioso observar que, durante este período, enquanto a sociedade humana vivia nas cavernas, em que a sua prioridade era, sem dúvida nenhuma, a sobrevivência, o poder do enfeite no rosto, ao mesmo tempo que se pintavam cenas diárias nas paredes com ocre, tinha uma enorme carga emocional, uma vez que através dessa pintura se dava a transformação do ser. O homem desta época demonstrou dedicar-se à contemplação da beleza e da estética e, como prova evidente temos as pinturas rupestres e as esculturas, assim como iniciou o uso de pinturas e de enfeites corporais, podendo-se afirmar tratar-se da primeira manifestação do gosto pela maquilhagem, pela estética e pela beleza.


E o Paleolítico deu lugar ao Neolítico.


No período do Neolítico as profundas alterações da sociedade implicaram consequentemente uma evolução nos costumes e na arte.


A arte tende a fixar a ideia – em vez de reproduzir o objecto, indica-o ou sugere-o. Abandonando o Naturalismo, o homem adopta uma intenção artística geométrica e estilizada, ou seja, a forma de representação neste período foi estilizada e geometrizante. A abstração e a racionalização substituem o poder de observação.


As técnicas de desenho e pintura mudaram, passou a haver uma maior preocupação com a distribuição dos elementos no painel, a sensação de movimento, e a perspectiva. Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico evidenciou uma preocupação estética na criação de objectos produzidos em cerâmica que revelaram a sua preocupação com a beleza e não apenas com a utilidade do objecto.


A arte popularizou-se, o que significa que os cuidados de beleza da época também se difundiram.


A Idade dos Metais


Uma das maiores revoluções na história da humanidade foi a introdução do metal nas diversas actividades produtivas e a evolução das respectivas tecnologias de manufactura. No período do Calcolítico, cerca de 3500 anos antes de Cristo, o homem aprende a utilizar os metais. É este facto que encerra a Pré-História e dá início ao que hoje designamos por Proto-História, ou seja, a Idade dos Metais foi a época de transição entre a Pré-História e a História.s


A Idade dos Metais compreende três períodos que são: a Idade do Cobre, a Idade do Bronze e a Idade do Ferro. É nesta época que o homem aprendeu a recolher o ouro, a prata e o cobre em estado bruto, descobriu a liga de estanho que permitiu dar ao cobre uma maior resistência no fabrico dos objectos. Posteriormente, surgiram os objectos feitos em bronze que eram produzidos a partir de uma liga de cobre e estanho. A produção do bronze generalizou-se na Europa, pois era mais resistente que o cobre, tornando-se o principal metal a ser usado no fabrico de uma grande diversidade de objectos tais como as espadas, escudos, capacetes, taças, máscaras, etc. A prata, o ouro e o cobre eram utilizados no fabrico de adornos pessoais, surgindo diversos objectos de ourivesaria e bijutaria como brincos, braceletes, pulseiras, anéis, fíbulas, gorjais (colares), lúnulas, etc. que eram usados pela mulher de época.

Breve História

O belo e a beleza têm sido objecto de estudo ao longo de toda a história da filosofia. A estética enquanto disciplina filosófica, surgiu na antiga Grécia, como uma reflexão sobre as manifestações do belo natural e o belo artístico. O aparecimento desta reflexão sistemática é inseparável da vida cultural das cidades gregas, onde era atribuída uma enorme importância aos espaços públicos, ao livre debate de ideias. Os poetas, arquitectos, dramaturgos e escultores desfrutavam de um grande reconhecimento social.


Antiguidade Clássica


Platão foi o primeiro a formular explicitamente a pergunta: O que é o Belo? O belo é identificado com o bem, com a verdade e a perfeição. A beleza existe em si, separada do mundo sensível.Uma coisa é mais ou menos bela conforme a sua participação na ideia suprema de beleza. Neste sentido criticou a arte que se limitava a "copiar" a natureza, o mundo sensível, afastando assim o homem da beleza que reside no mundo das ideias.


As obras de arte deviam seguir a razão, procurando atingir tipos ideais, desprezando os traços individuais das pessoas e a manifestação das suas emoções. Platão ligou a arte à beleza.


Aristóteles concebe a arte como uma criação especificamente humana. O belo não pode ser desligado do homem, está em nós. Separa todavia a beleza da arte. Muitas vezes a fealdade, o estranho ou o surpreendente converte-se no principal objectivo da criação artística. Aristóteles distingue dois tipos de artes:

a) as que possuem uma utilidade prática, isto é, completam o que falta na natureza.
b) As que imitam a natureza, mas também podem abordar o que é impossível, irracional, inverosímil.


O que confere a beleza a uma obra é a sua proporção, simetria, ordem, isto é, uma justa medida. Aristóteles associou a arte à imitação da natureza.


As ideias de Platão e Aristóteles tiveram uma larga influência nas ideias estéticas da arte ocidental.


Idade Média( Século IV e XV)


Durante a Idade Média, o Cristianismo, difundiu uma nova concepção da beleza, tendo como fundamento a identificação de Deus com a beleza, o bem e a verdade.


A partir do século XIII , começa a desenvolver-se um estética da luz, que terá no gótico a sua expressão artística.


São Tomás de Aquino identificou a beleza com o Bem. As coisas belas possuem três características ou condições fundamentais: a) Integridade ou perfeição (o inacabado ou fragmentário é feio); b) a proporção ou harmonia (a congruência das partes); c) a claridade ou luminosidade. Como em Santo Agostinho, a beleza perfeita identifica-se com Deus.


Séculos XV-XVI


No Renascimento (séculos XV só em Itália, e XVI em toda a Europa), os artistas adquirem a dimensão de verdadeiros criadores. Os génios têm o poder de criar obras únicas, irrepetíveis. Começa a desenvolver-se uma concepção elitista da obra da obra de arte: a verdadeira arte é aquela que foi criada unicamente para o nosso deleite estético, e não possui qualquer utilidade. Entre as novas ideias estéticas que então se desenvolvem são de destacar as seguintes:


a ) Difusão de concepções relativistas sobre a beleza. O belo deixa de ser visto como algo em si, para ser encarado como algo que varia de país para país, ou conforme o estatuto social dos indivíduos. Surge o conceito de "gosto".


b) Difusão de uma concepção misteriosa da beleza, ligada à simbologia das formas geométricas e aos números, inspirada no pitagorismo e neoplatonismo.


c) Difusão de uma interpretação normativa da estética aristotélica. Estabelecem-se regras e padrões fixos para a produção e a apreciação da arte.


Séculos XVII e XVIII


Entre os séculos XVI e XVIII continuaram a predominar as estéticas de inspiração aristotélica. Procura-se definir as regras para atingir a perfeição na arte. As academias que se difundem a partir do século XVII, velam pelo seu estudo e aplicação.


Paralelamente começam a adquirir crescente importância ideias estéticas que afirmam a subjectividade do belo. A questão é reduzida a um problema de gosto (sensitivo, não normativo).


Na segunda metade do século XVIII, a sociedades europeia atravessa uma profunda convulsão. O começo da revolução industrial, a guerra da Independência Americana (1776) e a Revolução Francesa (1789) criaram um clima propício ao aparecimento de novas ideias. O principal movimento artístico deste período, foi o neoclássico que toma como fonte de inspiração a antiga Grécia e Roma. A arte neoclássica será utilizada de forma propagandistica durante a Revolução Francesa e no Império napoleónico.


neste contexto que surge I. Kant, o principal criador da estética contemporênea. Para este filósofo os nossos juízos estéticos tem um fundamento subjectivo, dado que não se podem apoiar em conceitos determinados. O critério de beleza que neles se exprimem é o do prazer desinteressado que suscita a nossa adesão. Apesar de subjectivo, o juízo estético, aspira à universalidade.


Século XIX


Ao longo do século XIX a arte atravessa profundas mudanças. O academismo é posto em causa; artistas como Courbet, Monet, Manet, Cézanne ou Van Gogh abrem uma ruptura com as suas normas e convenções, preparando desta maneira o terreno para a emergência da arte moderna. Surge então múltiplas correntes estéticas, sendo de destacar as seguintes:


a) A romântica que proclama um valor supremo para a arte (F. Schiller, Schlegel, Schelling, etc). Exalta o poder dos artistas, os quais através das suas obras revelam a forma suprema do espírito humano, o Absoluto.


b) A realista que defende o envolvimento da arte nos combates sociais. As obras de arte assumem muitas vezes, um conteúdo político manifesto.


Século XX

O século XX foi a todos os níveis um século de rupturas. No domínio das práticas artísticas, ocorrem importantes mudanças no entendimento da própria arte, em resultado de uma multiplicidade de factores, nomeadamente:


b ) Os movimentos artísticos que desde finais do século XIX tem aparecido, em todo o mundo, tem revelado uma mesma atitude desconstrutiva em relação a todas as categorias estéticas. Todos os conceitos são contestados, e todas as fronteiras entre as artes são postas em causa. A arte foi des-sacralizada, perdeu a sua carga mítica e iniciática de que se revestiu em épocas anteriores, tornando-se frequentemente um mero produto de consumo. Quase tudo pode ser considerado como arte, basta para tanto que seja "consagrado" por um artista.


c ) No domínio teórico aparecem inúmeras as teorias que defendem novos critérios para apreciação da arte. No panorama das teorias estéticas predominam as concepções relativistas. Podemos destacar três correntes fundamentais:


-As estéticas normativas concebem a beleza fundamentada em princípios inalteráveis. Entre elas sobressaí a estética fenomenológica de Edmund Husserl


- As estéticas marxistas e neomarxistas marcadas por uma orientação nitidamente sociológica. O realismo continuou a ser a expressão que melhor se adequa às ideias defendidas por esta corrente. A arte nos países socialistas, por exemplo, cumpria através de imagens realistas uma importante função: antecipar a "realidade" da sociedade socialista, transformando-a numa utopia concreta


- A estética informativa que deriva das teorias matemáticas da informação. Esta estética procura constituir um sistema de avaliação dos conteúdos inovadores presentes numa obra de arte.

Resumo

Estética (do grego αισθητική ou aisthésis: percepção, sensação) é um ramo da filosofia que tem por objecto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte. Ela estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como as diferentes formas de arte e do trabalho artístico; a idéia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo.


A estética adquiriu autonomia como ciência, destacando-se da metafísica, lógica e da ética, com a publicação da obra Aesthetica do educador e filósofo alemão Alexander Gottlieb Baumgarten, em dois volumes, 1750-1758. Baumgarten traz uma nova abordagem ao estudo da obra de arte, considerando que os artistas deliberadamente alteram a Natureza, adicionando elementos de sentimento a realidade percebida. Assim, o processo criativo está espelhado na própria atividade artística. Compreendendo então, de outra forma, o prévio entendimento grego clássico que entendia a arte principalmente como mimesis da realidade.


Na antiguidade - especialmente com Platão, Aristóteles e Plotino - a estética era estudada fundida com a lógica e a ética. O belo, o bom e o verdadeiro formavam uma unidade com a obra. A essência do belo seria alcançado identificando-o com o bom, tendo em conta os valores morais. Na Idade Média surgiu a intenção de estudar a estética independente de outros ramos filosóficos.


No âmbito do Belo, dois aspectos fundamentais podem ser particularmente destacados:


a estética iniciou-se como teoria que se tornava ciência normativa às custas da lógica e da moral - os valores humanos fundamentais: o verdadeiro, o bom, o belo. Centrava em certo tipo de julgamento de valor que enunciaria as normas gerais do belo (ver cânone estético);


a estética assumiu características também de uma metafísica do belo, que se esforçava para desvendar a fonte original de todas as belezas sensíveis: reflexo do inteligível na matéria (Platão), manifestação sensível da idéia (Hegel), o belo natural e o belo arbitrário (humano), etc.


Mas este caráter metafísico e conseqüentemente dogmático da estética transformou-se posteriormente em uma filosofia da arte, onde se procura descobrir as regras da arte na própria ação criadora (Poética) e em sua recepção, sob o risco de impor construções a priori sobre o que é o belo. Neste caso, a filosofia da arte se tornou uma reflexão sobre os procedimentos técnicos elaborados pelo homem, e sobre as condições sociais que fazem um certo tipo de ação ser considerada artística.


Para além da obra já referida de Baumgarten - infelizmente não editada em português -, são importantes as obras Hípias Maior, O Banquete e Fedro, de Platão, a Poética, de Aristóteles, a Crítica da Faculdade do Juízo, de Kant e Cursos de Estética de Hegel.


Estética na História e na Filosofia


Embora os pensadores tenham ponderado a beleza e a arte por milhares de anos, o assunto da estética não foi totalmente separado da disciplina filosófica até o século XVIII.


Denominação central para estética


Ciência do belo nas produções naturais e artísticas;


filosofia do belo na arte;


Designação aplicada a partir do século XVIII, por Baumgarten, à ciência filosófica que compreendeu o estudo das obras de arte e o conhecimento dos aspectos da realidade sensorial classificáveis em termos de belo ou feio.